
Corpo de bebê indígena que morreu por infecção generalizada apresentava queimaduras, aponta necropsia
Causa da morte foi uma infecção no pulmão que evoluiu para uma infecção generalizada, diz IML. Polícia deve investigar o caso. Numol do Instituto de Polícia Científica, em João Pessoa
Luana Silva/g1
O corpo do bebê indígena warao, de origem venezuelana, que morreu nesta segunda-feira (28), em João Pessoa, apresentava queimaduras e também infecções causados por fungos, segundo a necropsia. Os sinais foram comprovados pela análise realizada pelo Instituto de Medicina Legal (IML), que divulgou as informações nesta quarta-feira (30).
De acordo com Flávio Fabres, chefe do IML, a necropsia no corpo do bebê também confirmou sinais de negligência e maus-tratos. A causa da morte foi uma infecção no pulmão que evoluiu para uma infecção generalizada.
Ainda segundo o chefe do IML, um laudo da perícia será enviado para a Polícia Civil nos próximos nos dias, e então será avaliada se o caso será alvo de uma investigação. O g1 procurou o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), responsável pelos abrigos dos venezuelanos em João Pessoa, mas a entidade afirmou não ter informações sobre o resultado dos exames e não se pronunciou sobre o caso.
O g1 também procurou um familiar da criança para um posicionamento da família, mas até a última atualização desta matéria, não houve retorno. O corpo do bebê foi entregue aos familiares para que sejam feitos os procedimentos fúnebres.
Entenda o caso
Um bebê indígena da etnia warao, de origem venezuelana, morreu nesta segunda-feira (28) após ser internado com sinais de desnutrição, lesões corporais e infecção generalizada.
De acordo com o Departamento Municipal de Saúde para Imigrantes e Refugiados, o bebê tinha um ano e dois meses de vida, e morava no abrigo Vila do Lula, no bairro do Roger. O bebê foi levado ao Hospital Arlinda Marques na noite deste domingo (27).
Segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, a mãe do bebê afirmou que a criança tinha sido vacinada apenas uma vez, o que representa um grave atraso vacinal.
Ainda de acordo com a Secretaria da Saúde, o corpo do bebê não estava conseguindo receber fluxo sanguíneo suficiente para suprir as necessidades dos órgãos e tecidos, e por isso precisou passar por um procedimento de emergência em que uma agulha é inserida na medula óssea para possibilitar a administração de fluidos e medicamentos.
Conforme descrito no boletim, o bebê foi intubado logo em seguida e foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI), mas não resistiu.
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